quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lula, o filho do Brasil


Não é difícil prever que Lula, o filho do Brasil (título um tanto cafona, há que se notar), novo filme de Fábio Barreto, vai ser um sucesso estrondoso de público. Aliás, digo logo antes da estreia: é bem provável que esse se torne o filme brasileiro mais visto da história do país. Isso porque a obra é de uma eficiência mais que clara: conta uma saga impressionante, cujo desfecho apoteótico é conhecido universalmente pela imensa maioria dos espectadores que se dirigirão às salas de cinema a partir do dia primeiro de janeiro. E isso com uma estrutura clássica, que acompanhada o protagonista da infância até seu apogeu como líder sindical, e um nome de peso no elenco: Glória Pires, que interpreta a mãe de Lula. Além disso, o estreante Rui Ricardo Diaz, que encarna Lula dos 18 aos 35 anos, apresenta certamente uma atuação de excelência, se adequando muito bem às transformações físicas do personagem e compondo um retrato que é, ao mesmo tempo, familiar e não caricato.

Com essas cartas em mãos, aliadas às polêmicas levantadas pelo filme – o fato de sua estreia ocorrer em um ano de eleição, por exemplo – cria-se um sucesso. Esse fato não quer dizer, no entanto, que não se trata de uma obra com diversos problemas. O mais gritante é o fato de o filme ser inteiramente preto no branco (apesar de em cores), sem nuances. Lula é um herói absoluto e inquestionável do início ao fim, que não faz nada que não seja nobre ou inspirador e, assim como ele, todos os personagens são construídos de forma maniqueísta: a mãe forte e batalhadora, o pai alcoólatra e mau-toda-vida, a mulher frágil e companheira etc. Essa falta de cinza em uma estória que se vale de personagens reais os torna um tanto menos reais e coloca em xeque a proposta primordial da biografia cinematográfica.


De qualquer forma, o filme emociona em alguns momentos e certamente vai cativar o público. É uma pena que o diretor Fábio Barreto, muito animado na sessão de imprensa em que assisti ao filme, tenha sofrido um trágico acidente que talvez o impossibilite de ser testemunha do êxito de sua obra. Êxito mais que provável, dadas as condições.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Porque às vezes a vida é surpreendemente boa (que medo)


Pessoas, esqueci de contar: aquela parada de que mentalizar que uma coisa vai acontecer faz ela acontecer mesmo, tipo livro sem noção de autoajuda, dá certo mesmo!!!

Por que eu tô dizendo isso, vocês podem me perguntar... Porque tem umas duas semanas que eu assisti a Whatever works, em película, no cinema e de graça!!! Ficou curioso, pergunte-me como!

Foi uma grata surpresa, que fez o meu fim de ano muito mais feliz, mesmo sem dinheiro, mesmo sem a viagem que eu planejara e que não vai ocorrer – viram como eu sou humilde e peço pouco da vida?

O filme é interessante, com o Larry David fazendo um tipo irritadiço, suicida e misantropo que conquista a plateia completamente, talvez porque nesse último longa, Allen radicaliza uma forma de narração já presente em Annie Hall e razoavelmente comum no cinema contemporâneo, na qual o personagem simplesmente dirige-se para o público, no meio de uma cena qualquer, para fazer confissões e explicar seus pontos de vista.

A obra marca a volta do diretor a seu cenário favorito, New York. Vale a pena conferir o filme nos cinemas, aguardem vocês, pobres mortais sem sorte na vida (hahaha).

A tese do filme é aquela velha máxima alleniana, do tipo: a vida é uma merda, mas o sorvete de chocolate se salva! Ou, através da minha perspectiva: a vida é uma merda, mas como é o único lugar em que Woody Allen faz filmes, ela ainda vale a pena.

sábado, 14 de novembro de 2009

Mais da mostra do Woody

É maravilhoso assistir aos filmes do Allen nessas sessões da mostra, onde as pessoas apreciam o trabalho dele e entendem o seu humor.
Vou ao delírio quando vejo todo mundo rindo, diferentemente das sessões normais do circuito com filmes dele.

Dito isso, acho um absurdo já estarmos no fim da segunda semana de mostra e nada de uma versão impressa da programação. Fala sério! Aliás, quem chega lá no CCBB praticamente nem diz que tem uma mostra dele lá. Falta organização.

Outra: estranho o representante da organização da mostra chamar a atenção para uma ponta que a Soon Yi (filha da Mia Farrow e hoje mulher do Allen) faz no filme Hannah e suas irmãs. Na boa, é isso o que se deve ressaltar num filme maravilhoso como esse? Numa mostra sobre o cineasta, que se pretende o evento cinematográfico do ano? Tsc tsc tsc.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

By the way, para quem ainda não achou, a programação tá aqui.

Mais do Woody

Enquanto a mostra "A elegância de Woody Allen" nos decepciona a todos por ter uma sessão do último filme lançado do diretor apenas para convidados (buuuuuuuuuuu), já se vê no IMDB o título da obra ainda inacabada do diretor: You will meet a tall dark stranger, nome que certamente será muitíssimo mal traduzido para o português. O filme é com Naomi Watts, Josh Brolin, Anthony Hopkings e Antonio Banderas, nenhum dos quais eu me lembro de ter visto em outros filmes dele - refresquem minha memória, são tantos...
Esperemos.
E amanhã estarei na mostra do CCBB, mais notícias de lá!

sábado, 31 de outubro de 2009

A elegância de Woody Allen


Gente, cadê a programação da mostra? Quem tem? Vende por quanto? Eu querooooooooooo

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tudo deu errado


Na boa, eu não tenho do que reclamar. Estou megaultrafeliz que Whatever Works vai passar agora em novembro no CCBB, numa mostra sobre Woody.
Dito, isso, vamos lá: gente, que tradução m. de título é essa?
Tudo pode dar certo? É sério mesmo? É provisório ou é definitivo??? Meu Deus, que tradução mais tosca. Que fosse "Qualquer coisa que der certo", "O que quer que funcione", "Tudo que servir" etc. Qualquer coisa é melhor que isso. Até porque o título em inglês passa loNNNNNNNNNNNNNge dessa conotação feliz e fofinha. É, ao contrário, de um conformismo meio pessimista.

Jesus, que injustiça, mas já era de se esperar, vejam comigo:

Annie Hall: Noivo neurótico, Noiva nervosa [Reparem que o título original nem precisava de tradução, é o nome da protagonista. E, de mais a mais, eles não são noivos no filme!]
Anything else: Igual a tudo na vida [eca]
Hollywood Ending: Dirigindo no escuro
Love & death: A última noite de Boris Grushenko [sem comentários]

Fala sério, o que que esses tradutores tem contra o melhor cineasta vivo? Olha que eu bato, hein...

Inclusão digital em grande estilo

É incrível como são pequenas as coisas que nos fazem sentir parte de um grupo, e como elas nos trazem um conforto imediato, uma sensação de possuir um lugar no mundo, um estranho e enternecedor acolhimento. Assim eu me sinto agora que finalmente aprendi a baixar minhas séries favoritas de tevê na internet. Sinto-me viva, participativa e, antes de tudo, uma pessoa do meu tempo. Finalmente não dependo mais da bondade de um ou outro amigo, nem da presteza da tevê a cabo. Sou então um ser humano livre e, dignificada por essa liberdade, deixo aqui os comentários ultra-atualizados sobre meus seriado prediletos:

  1. House – nessa sexta temporada os roteiristas parecem finalmente arquitetar uma mudança drástica no personagem principal, o médico genial e misantropo, que age normalmente de forma antiética, egocêntrica e mal humorada. Parece que House está no caminho do amadurecimento e da redenção, estabelecendo relações mais saudáveis com aqueles à sua volta. A grande questão é: como produzir essa transformação e não levar a série inevitavelmente a um fim? E outra: o charme do personagem resistirá a essa investida?

  2. The big bang theory – até o presente momento, a terceira temporada dessa comédia ligeira sobre nerds geniais os problemas de sua convivência em sociedade anda fraquinha, fraquinha. Eu continuo adorando, porque me identifico com a trama num âmbito pessoal (entendam como quiserem!), e espero que o melhor venha em breve.

  3. Dexter – bom, essa série se consolida como a melhor da tevê norte-americana nos tempos atuais, contando a estória de um serial killer que trabalha para a polícia de Miami, vivendo uma tumultuada “vida dupla”. O protagonista se casou no final na terceira temporada e, nessa quarta, tenta se equilibrar, entre as necessidades antigas e seu novo papel: o de pai e marido dedicado e compreensivo. Esse conflito revitalizou o seriado e o tornou ainda mais interessante.

    Agora que eu estou devidamente incluída nesse admirável mundo novo, manterei os boletins frescos. E que me avisem das novidades, que eu não vou mais buscar a pé, deixo baixando e vou dar uma volta...


sábado, 26 de setembro de 2009

Flashes de ocasião



I
Será que setembro é sempre o meu pior mês do ano em termos de dinheiro ou eu sofro de uma maldição que me impede de aproveitar por completo o Festival do Rio? É falta de grana, de carteirinha para pagar a sonhada meia entrada, de tempo e até um pé engessado... É, parece que o Festival do Rio e eu não combinamos.

II
Falando em Festival do Rio, onde está Whatever Works, o novo Woody Allen? Senti falta.

III
Falando em Woody Allen, agora não é mais apenas conjectura, ele VAI filmar no Brasil em 2010 ou 2011, um filme no estilo de Vicky Cristina Barcelona; os produtores vêm em breve para cá à procura de locações no Rio de Janeiro. E eu já tracei o meu plano: vou escrever uma simpática cartinha de apresentação e oferecer os meus serviços para trabalhar na produção, sem remuneração, em uma função qualquer – nem que seja servindo água e café, varrendo o set, desembaçando os óculos do diretor, qualquer coisa. Quem souber o e-mail do produtor brasileiro, me avise!


terça-feira, 25 de agosto de 2009

À deriva


À deriva, filme de Heitor Dhalia, atualmente em cartaz nos cinemas, é um triunfo absoluto. A obra do diretor de O cheiro do ralo explode em magníficas cores e é certamente o filme brasileiro mais bonito que eu vi na tela grande em diversos anos. A envolvente narrativa conta a estória de Filipa, uma adolescente de catorze anos que tem suas convicções abaladas quando é confrontada com o fato de que seu pai tem uma amante. Essa revelação transforma a relação da personagem com o universo que a cerca, que ela ainda desvela a cada dia, levada pelas revelações típicas da idade: a descoberta do sexo, da complexidade das relações amorosas, da humanidade cheia de erros e incoerências dos próprios pais.

No filme de Dhalia não é somente a beleza da trajetória da protagonista, a fotografia lindamente granulada, a qualidade da trilha sonora, as atuações excelentes – Debora Bloch está maravilhosa e parece ter sido pintada mesmo para o cinema; o francês Vincent Cassel, de O ódio, explora brilhantemente a ligação de Mathias com a filha e a mulher, muito à vontade em ambiente nacional – que me tocam profundamente. Há outros e mais pungentes fatores: a ligação edipiana de Filipa com o pai, o alcoolismo trágico da mãe, o cenário de Búzios, um paraíso tão familiar para mim e que aqui é explorado em todo o seu vigor. Além disso, o plano em que Mathias e Filipa se abraçam com as ondas se unindo ao fundo, pai e filha se reencontrando no amor indissolúvel, já entrou na minha lista das tomadas mais inspiradas dos anos 2000.


Se a trama se assemelha ao neozelandês Chuva de verão é apenas para suplantá-lo em força dramática. Navegando sem destino certo, em meio a um casamento alquebrado, desejos sufocados e muitas e ocultas verdades, Filipa permanece à deriva nesse louco e sempre desconhecido mundo, em que a inocência é naturalmente efêmera. E nós flutuamos ao seu encontro, extasiados.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cai como um Prozac

Tá bom, admito: eu gosto de comédias românticas. Muitas vezes não tenho a paciência de assisti-las no cinema, porque minha fé de que um filme desse gênero seja bom anda meio abalada. Quando eu digo bom, não é que eu espere que uma obra desse estilo mude a minha vida, nada disso, só espero mesmo que me divirta e que restaure em mim aquela crença meio ingênua de que duas pessoas diametralmente opostas possam se apaixonar loucamente.

Assim, movida pela esperança que ainda possuo, resolvi conferir A proposta, com a Sandra Bullock, num domingo à noite, sozinha. Meus caros, vejam quanta fé transborda de minh´alma! Sandra Bullock, comédia romântica, domingo à noite, sozinha!!! Lá fui eu. Comprei um refrigerante pequeno – no Cinemark o refrigerante pequeno é de (pasmem) 500 ml – e me juntei aos casais de namorados presentes. Foi aí que, estranhamente, percebi que uma das grandes máximas do cinema era falsa. Justamente aquela que diz que nenhum filme com a Sandra Bullock pode ser bacana.

A proposta conta a estória de uma agressiva editora de livros canadense que, para resolver seus problemas com a imigração dos Estados Unidos, convence seu assistente/capacho a se casar com ela. E é um filminho bacana, simpático à beça. Nossa amiga Sandra está bem no papel e tudo, a narrativa flui que é uma beleza, com diversos momentos engraçados e sem pegar pesado nos clichês irritantes. Filme do tipo honesto: vale o ingresso, cai como um Prozac, cumpre seu papel.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Nostalgia araruamense

Eu cresci numa cidade sem cinema. Bem, mais ou menos. Durante a minha infância, Araruama tinha, de fato, seu simpático cinema de rua, hoje mais uma filial da Igreja Universal. Acontece que o cinema funcionava de modo intermitente. Às vezes passava um filme que já estava quase chegando às locadoras, em outras ocasiões virava um cinema pornô, ou fechava por completo. Eu ficava ansiosa, sempre esperando que ele reabrisse, mesmo com aquelas cadeiras de madeira lascadas, aquele som terrível, um ou outro morcego rondando. Recordo-me de assistir A rocha, com Sean Connery, numa das últimas vezes em que ele funcionou.


Depois disso, eu então com uns 13 anos, e só me restavam as viagens de férias a Macaé – mal chegava e já corria pro cinema, que era um antigo, de rua, hoje também já falecido. Mais velha, muitas eram as idas para Cabo Frio nas tardes de sábado, algumas vezes sem nem saber a programação, que parecia não ser anunciada em lugar nenhum. Tudo para poder ver um filminho no cinema – de novo outra daquelas construções antigas, hoje também descansando na paz da memória. E, voando mais longe, vieram visitas a Niterói, aulas de pré-vestibular e mais umas tantas escapadas para a sala escura. Era uma outra época e eu era uma pessoa com desejos tão, tão simples. Tudo que eu queria no mundo era ir ao cinema. Todo dia, qualquer dia.


Pensando nisso, me surpreendo com o tanto que o mundo e a gente mudam. Hoje em dia, o único cinema de rua que frequento é o CineArte UFF, e vivo reclamando que não tem nada bom passando em lugar nenhum, ou que não tenho tempo de assistir a todos os filmes que gostaria. Ai, de repente me deu uma saudade de ir ao cinema como eu ia quando tinha 14,15 anos...


Você ainda vai a um cinema de rua numa tarde de sábado? Onde? Me conta!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Uma clava, por favor!



Assisti essa semana ao último episódio da quinta temporada de Lost. Foi bacana e tudo o mais, e meus três leitores já sabem como eu amo essa série e como admiro os roteiristas maravilhosos que a escrevem. Mas tá na hora de eu reclamar um pouquinho: gente, numa série tão bem estruturada, com roteiros tão bem construídos, divisei uns furinhos:

1) Se eu ganhasse uma moeda de dez centavos por cada vez em que alguém acertou a cabeça de outro alguém em Lost, planejando deixar esse personagem inconsciente, e foi bem sucedido nessa tentativa, eu tinha quase uns dois reais já. Vamos combinar que na vida real isso não existe. A menos haja uma aula secreta na escola, a que faltei: “Como deixar uma pessoa inconsciente atingindo-a na cabeça – sem maiores danos futuros”. Na boa, se alguém tenta isso na vida ou ouve um “Ai” seguido de socos ou, dependendo da força, até mata a pessoa. Tava lá isso de novo no último episódio. Vamos renovar o metiê de truques de roteiro, por favor!

2) Jesus, como é que todo mundo em Lost atira tão bem? Tudo bem que o Locke caçava, que a Kate e o Sawyer eram meio fora-da-lei, que o Sayid era do exército... Mas onde o Roger [na foto], que é faxineiro, aprendeu a atirar? E o Miles? E a Juliet? (Na iniciativa Dharma todo mundo atira, é isso, até que vai pra lá como cozinheiro?). E o Jack? Tá sinistro já, ninguém acerta ele e ele acerta todo mundo.


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Time travel

A mais recente temporada da série de tevê norte-americana Lost mostra alguns dos personagens se deslocando no tempo, indo parar nos anos 70. Assistindo aos episódios, percebi o quanto esse tema – o da viagem no tempo – é explorado pelos mais diversos filmes. O apelo da temática é mais que óbvio: quem nunca pensou no que faria se pudesse visitar o passado? Impedir John Lennon de conhecer Yoko Ono, acertar os números da loteria, conhecer nossos avós novinhos, escritores e lendas da música antes da fama etc. O clássico dos clássicos da Sessão da Tarde, que tem o já sugestivo nome De volta para o futuro explorou o tema magnificamente e hoje em dia parece até um filme algo premonitório, guardadas as devidas proporções. Outra obra interessante sobre o tema, apesar de incrivelmente pessimista, é o Planeta dos macacos original, que eu não consigo rever, em consequência de uma aversão recente ao Charlton Heston (adquirida por culpa do documentarista Michael Moore).


Outros filmes bacanas em que os personagens se deslocam de alguma forma no eixo espaço-tempo são: Os 12 macacos, Efeito borboleta (não tenha preconceito como eu inicialmente tive, é pop, mas é bacaninha) e o maravilhoso Feitiço do tempo. Carregado de um humor ácido, este último é um daqueles filmes que eu vejo pelo menos uma vez por ano, e conta a estória de um repórter de tevê (Bill Murray, genial) que viaja a uma cidadezinha gelada, no fim do mundo, para documentar um evento local. Acontece que ele se vê acordando sempre no mesmo exato dia – o tal dia da marmota, que dá nome ao filme em inglês. Há pelo menos outros dois filmes do tipo todo-dia-é-o-mesmo-dia, nenhum deles realmente bom, além de um episódio de Arquivo X.

domingo, 14 de junho de 2009

Mais um pouco de Lost


Eu tenho medo de Eloise Hawking. Ela é assustadora. E tão vendo esse brochinho dela aí na foto? Ele te lembra alguma coisa? Bom, me lembra Arquivo X e Millenium, a serpente devorando a própria cauda, o famoso oroboro. MEDO.

E o nome dela é homenagem ao grande Stephen Hawking, só pode ser. Ele é a pessoa mais inteligente viva e ela é a mais ninja dos ninjas de Lostlândia.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esperando com alguma fé

Sabendo da minha paixão por Lewis Carroll e sua mais famosa obra, Alice no País das Maravilhas, muita gente tem me questionado sobre minhas expectativas com relação à versão cinematográfica que Tim Burton pretende lançar em 2010 desse clássico da literatura. Estranhamente, todos esperam que eu imediatamente declare que a empreitada de Burton está fadada ao sucesso. Mas, na verdade, desconfio que esse filme vai ser uma boa furada. Por quê? – vocês perguntam. Bom, eu concordo que Burton dirigiu obras fenomenais, especialmente nos anos 90, coroados com Edward – mãos de tesoura e Ed Wood. Acontece que nos últimos anos, especialmente quando trabalhando com material pré-existente, ou seja, com adaptações e remakes, o cineasta tem deixado muito a desejar. Acompanhemos a lista de algumas das últimas obras de Burton: 1) Planeta dos macacos – uma refilmagem indecente do clássico de 1968, que só serve para estragar a surpresa do final original para aqueles que ainda não assistiram ao primeiro filme; 2) A fantástica fábrica de chocolate – outro remake tenebroso, contendo a pior atuação da carreira de Johnny Deep; 3) Sweeney Todd – adaptação de uma peça de teatro e um dos piores musicais cinematográficos dos últimos tempos.

Enfim, o quadro não parece animador. Não ajuda o fato de ele ter escolhido uma atriz adulta para interpretar Alice. E tenho medo que ele dê à obra de Carroll ares excessivamente macabros, uma vez que as referências expressionistas/góticas parecem ter se tornado mais um cacoete que uma inspiração legítima para Burton, ao menos no que diz respeito às suas últimas obras. Enfim, esperemos. E tenhamos fé.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A reviravolta de Lost


Bom, eu sou viciada em séries de tevê. Até aí nada de novo, além do fato de que esse discurso de que intelectual tem que odiar tevê, porque ela manipula as pessoas blá blá blá já deu! Pois eu estou assistindo à quinta temporada de Lost no AXN, feliz que agora não levo mais um milhão de anos para ver um episódio inédito. Pois então. Fiquei surpresíssima com este episódio 11, Whatever happened, happened, onde se leva a cabo um processo que já havia começado na temporada anterior, com Sawyer e Jack trocando de papéis, aquele virando o mocinho e este ganhando ares de vilão. Quem diria? Só com muito talento um roteirista (ok, uma equipe deles) consegue fazer essa transição sem que ela pareça absurda para o público. E, colocando Kate frente a essa inversão de personas e dando a ela o estranhamento que o espectador também sente, faz-se a mágica. Sawyer virou o herói do seriado e Jack está cada vez mais parecido com Locke, com todas aquelas teorias de "estou aqui porque tenho que estar".

Parece que Juliet e Kate agora vão brigar por Mr. LaFleur.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Whatever works


Muita expectativa: o meu querido, amado, idolatrado, salve, salve! Woddy Allen acaba de lançar seu último filme (ele estreia um filme por ano, conforme combinamos, de modo a manter minhas esperanças em um futuro melhor, com um filme novinho em folha para ser apreciado). Pois neste ano, após uma temporada filmando na Europa – três obras rodadas na Inglaterra e uma na Espanha – Allen retorna a sua New York com Whatever works, que conta a estória de um judeu excêntrico(!), interpretado pelo comediante Larry David, um dos criadores da genial série de tevê Seinfeld, que se apaixona por uma mulher bem mais jovem, o que o leva a se envolver em uma série de situações inusitadas. Allen falou que o título do filme, que em português seria algo como “tudo aquilo que funcionar”, é uma referência à condição da existência humana. Viver seria tão angustiante em si, que valeria a pena utilizar qualquer estratégia que funcione para ser feliz, desde que isso não envolva ferir os outros. Mais uma vez o diretor trabalha com personagens atormentados pelas absurdas contingências da vida humana.

Li por aí que o filme estreia aqui em novembro, o que, como vocês sabem muito bem, quer dizer janeiro do ano que vem. Mais uma vez, cabe comentar: seria Woody Allen o cineasta norte-americano de renome mais mal distribuído no Brasil? Provavelmente.

E como Allen não para de trabalhar, já está em pré-produção com um outro longa-metragem. Segundo fontes inseguras, o filme vai se passar em Londres, terá no elenco Nicole Kidman, Antonio Banderas e Anthony Hopkings (combinação esquisita, não é não?) e seria uma comédia. Em 2010, Allen filmará na França e declarou que não descarta fazer um filme no Brasil. Alouuu, alguém precisa de uma terceira assistente de direção não remunerada, ou uma massagista de pés? Woody, liga pra mim, viu?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Nostalgia niteroiense

Neste ano que corre, voltei a morar em Niterói e finalmente senti a força dos efeitos da crise dos cinemas de Icaraí. Quando eu me mudei pela primeira vez para a cidade, em 2002, o Cine Center da Moreira César fechara há pouco, de modo que havia então três salas de cinema no bairro.


O famoso Cine Icaraí, com um impressionante número de lugares, incluindo um balcão que, para o meu desapontamento, quase nunca estava aberto. Havia também a modesta salinha do Estação Icaraí, que passava os filmezinhos que eram ignorados pelo grande circuito e que fazia parte também da lista de cinemas que exibia os filmes do Festival do Rio. Completando o quadro, lá estava o Cine Arte UFF, o único que resistiu à crise provocada pela inauguração do Cinemark do Plaza, com suas sete salas.


Nada contra o cinema do Plaza, que eu regularmente frequento. Mas é que cinema de shopping tem uma vibração bem diferente de cinema de rua, não é não? E Icaraí é um bairro fofo, com velhinhos, crianças e cachorros convivendo harmonicamente no domingo, um bairro assim, que pede cinema de rua. Não que o Estação ou o Center atendessem muito bem à demanda, já que ambos ficavam no interior de pequenos complexos comerciais, mas pelo menos abriam o leque de opções do bairro. E o Icaraí, que eu conheço desde adolescente, era a cara do lugar. Dizem que ele vai reabrir, mas não sei não, ultimamente o local só serve mesmo para abrigar os encontros da associação dos mendigos das redondezas.


Bom, vale dizer que o Cine Arte UFF continua firme e forte na Miguel de Frias. A programação é quase sempre boa, a projeção melhorou bastante e o ar condicionado funciona bem. Além disso, agora a entrada não é mais um papelzinho qualquer, mas contém o nome do filme e demais informações, para aqueles que – como eu – gostam de guardar os bilhetes. Lá dentro, a pipoca é de micro-ondas, mas os preços são de todo acessíveis, a começar pela entrada, que às segundas-feiras continua a custar dois reais (!) para qualquer um, com ou sem carteirinha de estudante. Mais barato que alugar um dvd.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

8G

Nos últimos meses, fui surpreendida ao retomar a minha rotina de idas regulares ao cinema no Rio de Janeiro e em Niterói, agora munida da carteirinha de estudante que me devolve meus antigos superpoderes. Parece que a “nova onda” agora é sala de cinema com lugar marcado, tipo sala de teatro mesmo. Imaginem vocês a minha cara de tacho e/ou flagrante deselegância interiorana quando a moça do caixa me mandou escolher um lugar. Não entendi nada. Vendo o meu embaraço, a tal moça me apontou uma tela de computador com diversos lugares numerados, letras para as filas, números para as cadeiras, os já ocupados piscando em vermelho, tudo muito tecnológico e tal. Eu me limitei a traçar com os dedos uma linha que ia do meio exato da representação da tela de cinema até uma fila localizada não muito distante e nem muito próxima da mesma. 8G. Pedi o lugar 8G. E ao adentrar a sala de cinema percebi que aquele era exatamente o melhor assento da casa. Não contem para ninguém, mas o melhor lugar do Arteplex de Botafogo é o 8G.
De qualquer forma, é um tanto estranho pensar que agora não faz mais muita diferença chegar adiantado na sala – como eu sempre fazia – ou deixar uma mochila marcando o lugar do amigo etc. Nada disso dá mais resultado. E como as pessoas gostam da última fila, justo aquela que fica grudada na parede, que esquisito! Enfim, ainda não me acostumei com esse novo protocolo, mas, de qualquer forma, anotem aí: 8G.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Peter O´Toole, me liga!


...preciso me inteirar mais com relação às novidades!

previsão do passado

Putz... Peter O´Toole já ganhou esse Oscar, em 2003, segundo meu amigo Antonio. Será que ele consegue ganhar dois?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Mediunidade posta à prova

Previsões para as próximas festas do Oscar:

1) Peter O´Toole vai ganhar um Oscar pelo conjunto de sua carreia – famoso prêmio “a gente devia ter te dado isso antes, desculpa aê!”;

2) Steve Carell vai apresentar a festa;

3) Julianne Moore vai ganhar seu merecido prêmio de melhor atriz;

4) Meryl Streep vai arrebatar outra estatueta quando já estiver próxima à casa dos setenta;

5) Ou Anne Hathaway ou Ellen Paige vão vencer nos próximos dez anos (as duas, jamais);

6) Nesse mesmo período, Brad Pitt vai ser indicado a um Oscar de melhor direção (e, provavelmente, vai perder);

7) O próximo filme brasileiro a ser indicado a qualquer uma das categorias terá sido dirigido por Fernando Meirelles;

8) Paul Giamatti vai ganhar como coadjuvante;

9) Macaulay Culkin vai fazer um retorno triunfal (estilo Mickey Rouke) e será indicado. Provavelmente perderá, a menos que morra nesse mesmo ano;

10) Robert Downey Jr. vencerá em breve, consagrando-se de uma vez por todas como a fênix hollywoodiana do momento.


Tentei ser otimista. Aguardemos para ver o meu percentual de acertos.

domingo, 1 de março de 2009

Kate, you go, girl!

Esse ano, pela primeira vez em mais de dez anos, eu não assisti ao Oscar ao vivo. Tive até medo de ser atingida por um raio cinematográfico (tipo os daquele velhinho em Benjamin Button). De qualquer forma, acabei assistindo aos melhores momentos no youtube. Angelina Jolie tava tão linda que eu fiquei me perguntando se ela foi criada pelo mesmo Deus - ou pela mesma linhagem evolutiva, que seja- que eu. Meryl Streep é uma semideusa grega. Anne Hathaway é uma gracinha. Penélope Cruz acabou de ganhar uma dívida eterna com o meu querido Woody. Heath Ledger, que era megatalentoso e tudo, ganhou porque morreu (se estivesse vivo ia levar uns 20 anos e uns tantos filminhos mais cults para ganhar). E Kate, Kate mereceu, you go, girl! Detalhe: eu nem vi o filme, mas sei que ela mereceu. E tenho dito.
Kate, we love you!
Quem não viu Kate dizendo a Meryl que ela ia ter que aturar essa, por favor, clique aqui.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Submerso


Não sei bem como O escanfandro e a borboleta chegou até mim, visto que pouco ouvi falar sobre esse filme francês, que conseguiu quatro indicações ao Oscar 2008. Sei apenas que, uma vez que o primeiro fotograma atingiu as minhas retinas, foi impossível não me apaixonar pela estória de Jean-Dominique Bauby, editor da revista Elle francesa, que aos quarenta e poucos anos, sofre um derrame que o deixa num raro estado conhecido como “síndrome do encarceramento” – em que o sujeito não consegue se mover ou falar, apesar de permanecer consciente e inteiramente lúcido.

O peso de saber que se trata da transposição de uma estória real para as telas é acentuado por uma fotografia esplendorosa, especialmente magnífica quando a câmera assume o ponto de vista do protagonista, revelando cruamente a agonia da submersão em si. Na pele de Jean-Dominique, Mathieu Amalric atua com uma força cortante; justo seria dizer que a sua voz em off age em perfeita consonância com a fotografia, constituindo claramente os dois um único personagem, como é raro de se ver no cinema, a não ser em segmentos realmente breves. A vida interior do protagonista ressurge também em uma série fluida de pequenos flash backs e imagens que remetem à imaginação de Jean-Dominique, abraçando o lírico sem apelar para a indução ao choro fácil típica das obras da linha estória-real-triste-de-dar-dó.

E ao mostrar um personagem que não se entrega à passividade inerente a sua condição, o filme ganha uma pitada de leveza, a fim de se estabelecer o equilíbrio exato dessa que é sem dúvida uma das melhores construções cinematográficas dos últimos tempos, firmemente ancorada em atores fenomenais – muitas vezes obrigados à desconfortável posição de interagir com a própria câmera. Transparece nitidamente, assim sendo, a excelente direção de Julian Schnabel, unindo fotografia e atores de forma tanto orgânica quando surpreendente. E belíssima.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fazer listas sem parar é sinal de TOC?


Na cola do mais novo sucesso de bilheteria do cinema nacional, Se eu fosse você 2 (a que ainda não assisti), aqui vai uma listinha de filmes – a maioria no estilo Sessão da tarde – que têm como premissa a troca de corpos entre indivíduos. Por lidarem com uma das maiores impossibilidades da existência – ver o mundo através de olhos alheios – esses filmes quase sempre despertam o interesse, nem que seja por força de uma única cena:

1) Sexta-feira muito louca: nesta obra, mãe conservadora e filha um tanto rebelde se veem uma no corpo da outra. A primeira versão, de 1976, conta com Jodie Foster novinha; na segunda, de 2003, um biscoitinho da sorte é o catalisador da transformação.

2) Vice-versa: espécie de versão masculina do filme citado acima, mostra pai e filho trocando de corpos, sob o efeito de um misterioso artefato oriental. Figurinha fácil das tardes da Globo.

3) Por trás daquele beijo: no dia do seu casamento, uma noiva ganha um beijo de um velhinho desconhecido e é essa ação que produz a troca de consciências entre eles. Conta com a chatinha da Meg Ryan no elenco.

4) Estrela cadente: nesse típico filme de colégio norte-americano, duas irmãs (uma popular e outra nerd) fazem um desejo para uma estrela cadente e, como resultado, adivinhem...

5) A chave mestra: bom, para não entregar demais, melhor dizer apenas que essa obra bacaninha de terror apela para a magia negra africana para explicar a ocorrência de eventos em que uma alma é capaz de trocar de corpo.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Crepúsculo


Desde Nosferatu, de 1922, que os vampiros têm sido levados da literatura ao cinema com absoluto sucesso. Fascinantes e ultrarromânticos, os bebedores de sangue atraem multidões aos cinemas e são especialmente apreciados pelos adolescentes. Eu mesma, nos meus nada saudosos dezesseis anos, costumava ler avidamente as Crônicas vampirescas de Anne Rice e assisti aos filmes inspirados nesses livros, em especial o ótimo Entrevista com o vampiro, do qual cheguei até mesmo a decorar as falas.

O tempo passou e, embora eu tenha começado a duvidar das qualidades literárias de Rice e torcido o nariz para os novos fenômenos do gênero, meu fascínio pelos personagens imortais de caninos afiados não se desvaneceu por completo. Assim sendo, decidi conferir Crepúsculo, filme baseado no livro homônimo, o primeiro da série de estórias vampirescas de Stephenie Meyer, que tem figurado na lista de mais vendidos mundo afora. A obra conta a estória de uma adolescente (!) que se apaixona por um vampiro “bonzinho”, Edward Cullen, parte de uma linhagem mais consciente de bebedores de sangue, que não vitimiza seres humanos, alimentando-se unicamente do sangue de animais. Esse romance é constantemente ameaçado, não só pela natureza de Edward, que luta contra seus impulsos mais selvagens, mais pela existência de outras linhagens menos civilizadas de vampiros que rondam a cidadezinha (aparentemente, vampiros adoram povoados isolados e pouco populosos) em que a heroína vive. O filme é divertido e prende a atenção, mesmo que se tenha que conviver com um grande número de adolescentes ainda não adestrados na maioria das sessões. Há alguns deslizes, como a maquiagem extremamente exagerada dos vampiros, que faz questionar seriamente o seu poder de se disfarçarem como humanos, e alguns diálogos que escorregam feio nos clichês. Ainda assim, para quem se interessa pelo tema, um dos mais recorrentes do cinema, e deseja fugir de produções toscas como Anjos da noite, Crepúsculo é uma boa opção. Diversão garantida ou o seu pescoço de volta.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Vicky Cristina Araruama



Em 2007, eu escrevi nesta mesma humilde coluna a seguinte frase: “esperar filme do Woody Allen no cinema de Araruama é mais ou menos como esperar pela reunião do Beatles”. Pois é, eis que chega 2009 e com ele renovadas esperanças! Bom, nada ouvi até agora sobre o retorno de John ou George a este nosso plano astral, mas na primeira semana deste novo ano, o Cinemaxx Araruama exibiu Vicky Cristina Barcelona, a mais recente obra de Woody Allen. Fui tomada por um enorme choque quando me deparei com as letrinhas na fachada no cinema. Nunca pensei que viveria para testemunhar tal fato. Será que isso significa que minhas incontáveis viagens ao Rio de Janeiro unicamente para assistir aos filmes do meu cineasta favorito estão com os dias contados? Infelizmente, não pude conferir a exibição, não posso atestar sobre a qualidade da projeção, não sei quantas pessoas se fizeram presentes, enfim, não pude nem mesmo agradecer ao programador do cinema. Ainda assim, neste 2009 de bons fluidos, minha fé nos destinos das humanidade foi restabelecida!

Vicky Cristina Barcelona, que já havia ido longe, ao conquistar a longínqua terra de Araruama, completou seu trajeto e acaba de ganhar o Globo de Ouro de melhor filme cômico. Algo me diz que 2009 será um ano inesquecível. O céu é o limite!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Listas 4, a ressureição de ano novo

Top 5 "comediantes" em papéis dramáticos: [reediçãozinha]

1) Robin Williams em Insônia: neste triller de ação, Williams é um assassino inteligente, que envolve o mocinho em uma trama de jogos mentais. Há outros personagens dramáticos na carreira de Williams, como nos filmes Retratos de uma obsessão e Gênio indomável;


2) Jim Carrey em Brilho eterno de uma mente sem lembranças: é verdade que há alguns momentos de humor aqui, mas esse é um belo e essencialmente dramático filme sobre os percalços do amor e um belíssimo trabalho de Carrey;


3) Steve Carell em Pequena miss Sunshine: conhecido pela série cômica The office e por filmes bobos como O virgem de quarenta anos, é neste pequeno drama familiar que Carell brilha como um homossexual intelectual e depressivo que se vê obrigado a conviver com a excêntrica família da irmã;


4) Steve Martin em Garota da vitrine: neste filme a surpresa não é só ver Martin tão sério no papel de um milionário solitário que se envolve com uma moça muito mais nova que ele, mas perceber que ele escreveu não só o roteiro, mas o livro no qual se baseia a obra cinematográfica;


5) Peter Sellers em Muito além do jardim: Sellers é considerado para muitos a quintessência do comediante; no filme citado, porém, ele interpreta um homem inocente que possui grandes dificuldades em se adaptar às regras sociais ou mesmo compreendê-las, papel que ele considerava como o mais importante de sua carreira.