quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esperando com alguma fé

Sabendo da minha paixão por Lewis Carroll e sua mais famosa obra, Alice no País das Maravilhas, muita gente tem me questionado sobre minhas expectativas com relação à versão cinematográfica que Tim Burton pretende lançar em 2010 desse clássico da literatura. Estranhamente, todos esperam que eu imediatamente declare que a empreitada de Burton está fadada ao sucesso. Mas, na verdade, desconfio que esse filme vai ser uma boa furada. Por quê? – vocês perguntam. Bom, eu concordo que Burton dirigiu obras fenomenais, especialmente nos anos 90, coroados com Edward – mãos de tesoura e Ed Wood. Acontece que nos últimos anos, especialmente quando trabalhando com material pré-existente, ou seja, com adaptações e remakes, o cineasta tem deixado muito a desejar. Acompanhemos a lista de algumas das últimas obras de Burton: 1) Planeta dos macacos – uma refilmagem indecente do clássico de 1968, que só serve para estragar a surpresa do final original para aqueles que ainda não assistiram ao primeiro filme; 2) A fantástica fábrica de chocolate – outro remake tenebroso, contendo a pior atuação da carreira de Johnny Deep; 3) Sweeney Todd – adaptação de uma peça de teatro e um dos piores musicais cinematográficos dos últimos tempos.

Enfim, o quadro não parece animador. Não ajuda o fato de ele ter escolhido uma atriz adulta para interpretar Alice. E tenho medo que ele dê à obra de Carroll ares excessivamente macabros, uma vez que as referências expressionistas/góticas parecem ter se tornado mais um cacoete que uma inspiração legítima para Burton, ao menos no que diz respeito às suas últimas obras. Enfim, esperemos. E tenhamos fé.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A reviravolta de Lost


Bom, eu sou viciada em séries de tevê. Até aí nada de novo, além do fato de que esse discurso de que intelectual tem que odiar tevê, porque ela manipula as pessoas blá blá blá já deu! Pois eu estou assistindo à quinta temporada de Lost no AXN, feliz que agora não levo mais um milhão de anos para ver um episódio inédito. Pois então. Fiquei surpresíssima com este episódio 11, Whatever happened, happened, onde se leva a cabo um processo que já havia começado na temporada anterior, com Sawyer e Jack trocando de papéis, aquele virando o mocinho e este ganhando ares de vilão. Quem diria? Só com muito talento um roteirista (ok, uma equipe deles) consegue fazer essa transição sem que ela pareça absurda para o público. E, colocando Kate frente a essa inversão de personas e dando a ela o estranhamento que o espectador também sente, faz-se a mágica. Sawyer virou o herói do seriado e Jack está cada vez mais parecido com Locke, com todas aquelas teorias de "estou aqui porque tenho que estar".

Parece que Juliet e Kate agora vão brigar por Mr. LaFleur.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Whatever works


Muita expectativa: o meu querido, amado, idolatrado, salve, salve! Woddy Allen acaba de lançar seu último filme (ele estreia um filme por ano, conforme combinamos, de modo a manter minhas esperanças em um futuro melhor, com um filme novinho em folha para ser apreciado). Pois neste ano, após uma temporada filmando na Europa – três obras rodadas na Inglaterra e uma na Espanha – Allen retorna a sua New York com Whatever works, que conta a estória de um judeu excêntrico(!), interpretado pelo comediante Larry David, um dos criadores da genial série de tevê Seinfeld, que se apaixona por uma mulher bem mais jovem, o que o leva a se envolver em uma série de situações inusitadas. Allen falou que o título do filme, que em português seria algo como “tudo aquilo que funcionar”, é uma referência à condição da existência humana. Viver seria tão angustiante em si, que valeria a pena utilizar qualquer estratégia que funcione para ser feliz, desde que isso não envolva ferir os outros. Mais uma vez o diretor trabalha com personagens atormentados pelas absurdas contingências da vida humana.

Li por aí que o filme estreia aqui em novembro, o que, como vocês sabem muito bem, quer dizer janeiro do ano que vem. Mais uma vez, cabe comentar: seria Woody Allen o cineasta norte-americano de renome mais mal distribuído no Brasil? Provavelmente.

E como Allen não para de trabalhar, já está em pré-produção com um outro longa-metragem. Segundo fontes inseguras, o filme vai se passar em Londres, terá no elenco Nicole Kidman, Antonio Banderas e Anthony Hopkings (combinação esquisita, não é não?) e seria uma comédia. Em 2010, Allen filmará na França e declarou que não descarta fazer um filme no Brasil. Alouuu, alguém precisa de uma terceira assistente de direção não remunerada, ou uma massagista de pés? Woody, liga pra mim, viu?