segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Crepúsculo


Desde Nosferatu, de 1922, que os vampiros têm sido levados da literatura ao cinema com absoluto sucesso. Fascinantes e ultrarromânticos, os bebedores de sangue atraem multidões aos cinemas e são especialmente apreciados pelos adolescentes. Eu mesma, nos meus nada saudosos dezesseis anos, costumava ler avidamente as Crônicas vampirescas de Anne Rice e assisti aos filmes inspirados nesses livros, em especial o ótimo Entrevista com o vampiro, do qual cheguei até mesmo a decorar as falas.

O tempo passou e, embora eu tenha começado a duvidar das qualidades literárias de Rice e torcido o nariz para os novos fenômenos do gênero, meu fascínio pelos personagens imortais de caninos afiados não se desvaneceu por completo. Assim sendo, decidi conferir Crepúsculo, filme baseado no livro homônimo, o primeiro da série de estórias vampirescas de Stephenie Meyer, que tem figurado na lista de mais vendidos mundo afora. A obra conta a estória de uma adolescente (!) que se apaixona por um vampiro “bonzinho”, Edward Cullen, parte de uma linhagem mais consciente de bebedores de sangue, que não vitimiza seres humanos, alimentando-se unicamente do sangue de animais. Esse romance é constantemente ameaçado, não só pela natureza de Edward, que luta contra seus impulsos mais selvagens, mais pela existência de outras linhagens menos civilizadas de vampiros que rondam a cidadezinha (aparentemente, vampiros adoram povoados isolados e pouco populosos) em que a heroína vive. O filme é divertido e prende a atenção, mesmo que se tenha que conviver com um grande número de adolescentes ainda não adestrados na maioria das sessões. Há alguns deslizes, como a maquiagem extremamente exagerada dos vampiros, que faz questionar seriamente o seu poder de se disfarçarem como humanos, e alguns diálogos que escorregam feio nos clichês. Ainda assim, para quem se interessa pelo tema, um dos mais recorrentes do cinema, e deseja fugir de produções toscas como Anjos da noite, Crepúsculo é uma boa opção. Diversão garantida ou o seu pescoço de volta.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Vicky Cristina Araruama



Em 2007, eu escrevi nesta mesma humilde coluna a seguinte frase: “esperar filme do Woody Allen no cinema de Araruama é mais ou menos como esperar pela reunião do Beatles”. Pois é, eis que chega 2009 e com ele renovadas esperanças! Bom, nada ouvi até agora sobre o retorno de John ou George a este nosso plano astral, mas na primeira semana deste novo ano, o Cinemaxx Araruama exibiu Vicky Cristina Barcelona, a mais recente obra de Woody Allen. Fui tomada por um enorme choque quando me deparei com as letrinhas na fachada no cinema. Nunca pensei que viveria para testemunhar tal fato. Será que isso significa que minhas incontáveis viagens ao Rio de Janeiro unicamente para assistir aos filmes do meu cineasta favorito estão com os dias contados? Infelizmente, não pude conferir a exibição, não posso atestar sobre a qualidade da projeção, não sei quantas pessoas se fizeram presentes, enfim, não pude nem mesmo agradecer ao programador do cinema. Ainda assim, neste 2009 de bons fluidos, minha fé nos destinos das humanidade foi restabelecida!

Vicky Cristina Barcelona, que já havia ido longe, ao conquistar a longínqua terra de Araruama, completou seu trajeto e acaba de ganhar o Globo de Ouro de melhor filme cômico. Algo me diz que 2009 será um ano inesquecível. O céu é o limite!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Listas 4, a ressureição de ano novo

Top 5 "comediantes" em papéis dramáticos: [reediçãozinha]

1) Robin Williams em Insônia: neste triller de ação, Williams é um assassino inteligente, que envolve o mocinho em uma trama de jogos mentais. Há outros personagens dramáticos na carreira de Williams, como nos filmes Retratos de uma obsessão e Gênio indomável;


2) Jim Carrey em Brilho eterno de uma mente sem lembranças: é verdade que há alguns momentos de humor aqui, mas esse é um belo e essencialmente dramático filme sobre os percalços do amor e um belíssimo trabalho de Carrey;


3) Steve Carell em Pequena miss Sunshine: conhecido pela série cômica The office e por filmes bobos como O virgem de quarenta anos, é neste pequeno drama familiar que Carell brilha como um homossexual intelectual e depressivo que se vê obrigado a conviver com a excêntrica família da irmã;


4) Steve Martin em Garota da vitrine: neste filme a surpresa não é só ver Martin tão sério no papel de um milionário solitário que se envolve com uma moça muito mais nova que ele, mas perceber que ele escreveu não só o roteiro, mas o livro no qual se baseia a obra cinematográfica;


5) Peter Sellers em Muito além do jardim: Sellers é considerado para muitos a quintessência do comediante; no filme citado, porém, ele interpreta um homem inocente que possui grandes dificuldades em se adaptar às regras sociais ou mesmo compreendê-las, papel que ele considerava como o mais importante de sua carreira.