sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cai como um Prozac

Tá bom, admito: eu gosto de comédias românticas. Muitas vezes não tenho a paciência de assisti-las no cinema, porque minha fé de que um filme desse gênero seja bom anda meio abalada. Quando eu digo bom, não é que eu espere que uma obra desse estilo mude a minha vida, nada disso, só espero mesmo que me divirta e que restaure em mim aquela crença meio ingênua de que duas pessoas diametralmente opostas possam se apaixonar loucamente.

Assim, movida pela esperança que ainda possuo, resolvi conferir A proposta, com a Sandra Bullock, num domingo à noite, sozinha. Meus caros, vejam quanta fé transborda de minh´alma! Sandra Bullock, comédia romântica, domingo à noite, sozinha!!! Lá fui eu. Comprei um refrigerante pequeno – no Cinemark o refrigerante pequeno é de (pasmem) 500 ml – e me juntei aos casais de namorados presentes. Foi aí que, estranhamente, percebi que uma das grandes máximas do cinema era falsa. Justamente aquela que diz que nenhum filme com a Sandra Bullock pode ser bacana.

A proposta conta a estória de uma agressiva editora de livros canadense que, para resolver seus problemas com a imigração dos Estados Unidos, convence seu assistente/capacho a se casar com ela. E é um filminho bacana, simpático à beça. Nossa amiga Sandra está bem no papel e tudo, a narrativa flui que é uma beleza, com diversos momentos engraçados e sem pegar pesado nos clichês irritantes. Filme do tipo honesto: vale o ingresso, cai como um Prozac, cumpre seu papel.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Nostalgia araruamense

Eu cresci numa cidade sem cinema. Bem, mais ou menos. Durante a minha infância, Araruama tinha, de fato, seu simpático cinema de rua, hoje mais uma filial da Igreja Universal. Acontece que o cinema funcionava de modo intermitente. Às vezes passava um filme que já estava quase chegando às locadoras, em outras ocasiões virava um cinema pornô, ou fechava por completo. Eu ficava ansiosa, sempre esperando que ele reabrisse, mesmo com aquelas cadeiras de madeira lascadas, aquele som terrível, um ou outro morcego rondando. Recordo-me de assistir A rocha, com Sean Connery, numa das últimas vezes em que ele funcionou.


Depois disso, eu então com uns 13 anos, e só me restavam as viagens de férias a Macaé – mal chegava e já corria pro cinema, que era um antigo, de rua, hoje também já falecido. Mais velha, muitas eram as idas para Cabo Frio nas tardes de sábado, algumas vezes sem nem saber a programação, que parecia não ser anunciada em lugar nenhum. Tudo para poder ver um filminho no cinema – de novo outra daquelas construções antigas, hoje também descansando na paz da memória. E, voando mais longe, vieram visitas a Niterói, aulas de pré-vestibular e mais umas tantas escapadas para a sala escura. Era uma outra época e eu era uma pessoa com desejos tão, tão simples. Tudo que eu queria no mundo era ir ao cinema. Todo dia, qualquer dia.


Pensando nisso, me surpreendo com o tanto que o mundo e a gente mudam. Hoje em dia, o único cinema de rua que frequento é o CineArte UFF, e vivo reclamando que não tem nada bom passando em lugar nenhum, ou que não tenho tempo de assistir a todos os filmes que gostaria. Ai, de repente me deu uma saudade de ir ao cinema como eu ia quando tinha 14,15 anos...


Você ainda vai a um cinema de rua numa tarde de sábado? Onde? Me conta!