segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Dexter


Uma das melhores e mais inquietantes séries de tevê atualmente em produção chama-se simplesmente Dexter e acompanha o cotidiano do personagem-título, um policial de Miami especialista em analisar os padrões deixados pelas marcas de sangue em cenas de crimes. No seu tempo livre, no entanto, Dexter é também um assassino em série que se dedica a caçar os criminosos que foram capazes de driblar o sistema e permanecer em liberdade. Dexter foi adotado pelo policial que o encontrou, ainda criança, ao lado do corpo de sua mãe, brutalmente assassinada; e esse passado talvez explique as suas tendências homicidas bastante precoces, investigadas pela trama numa série de flash backs enervantes. É ainda através do recurso do flash back que surge um dos personagens mais marcantes, Harry, o pai adotivo, que notando o comportamento bizarro do filho, decide treiná-lo para atuar como uma espécie de justiceiro macabro.


Percebe-se que a leveza não é uma das (muitas) qualidades da série. Na verdade, o maior trunfo é a narração em off, que dá voz aos pensamentos do protagonista, produzindo um efeito inusitado: ao mesmo tempo que nos aproxima de Dexter, desvelando seu ponto de vista, também nos repele, pelo desconforto do confronto com tão sinistras intenções. Mas apesar de seu lado obscuro, Dexter falha em definir a si mesmo como um monstro e provam o contrário sua relação com as pessoas mais próximas, em especial a irmã, a quem carinhosamente protege. Com uma narrativa charmosa, grandes atuações e personagens com contradições bastante humanas e atitudes nem tanto (ou talvez ainda mais), Dexter é uma série para se assistir agitada e nervosamente. E o antídoto perfeito para os filminhos enjoativos dessas épocas de fim de ano.

2 comentários:

bruno coutinho disse...

Eu vou assistir essa série aí, dona Caú.
Sei lá, não senti lá muito interesse pelo enrredo, mas, vou ver do que se trata, gosto das experiências empíricas.
O que eu ando ver é: How i met your mother e The big bang theory.
esses são ótimos!

Maria Caú disse...

nossa, eu amo the big bang theory, preciso fazer uma coluna sobre ela!